quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Viagem: Dia 3 - Andorra -> Carcassonne


E no quarto dia, acorda-se pela primeira vez mais cedo do que o previsto. Bom presságio. Nove da matina, tudo a pé. Desce-se ao supermercado do camping para fazer umas compritas pró caminho.

Volta-se às tendas porque ninguém levou dinheiro.

Desce-se ao supermercado para fazer umas compritas pró caminho parte II.

Siga até ao L'Amic para um café Delta, uma mini Super Bock e um favaios, agora é que é de vez, apreciar boas coisas tugas antes de seguir viagem. Na TV, descobre-se que em Lleida estão chuvas torrenciais, e caíu uma tromba d'água, que deixou um rasto de destruição por onde passou. Ontem passámos por lá com um sol impecável, a torrar, mesmo... É o aviso de que a tempestade persegue-nos de perto, um aviso para o que estava para vir um bocadito mais tarde.

Manhã em Andorra, a dar um giro e abastecer de cousitas maibaratas que na tugalândia.

On a sidenote, o funcionamento do TeleGPS, sempre impecável.

Numa rua obscura de Andorra, liga-se ao Coño, a saber onde ficam os Armazéns Pirinéus. Digo que acabei de passar o Restaurante Ponte de Lima, ao que ele me responde, de Lisboa, que tenho que subir a rua, virar já não malembro bem adonde, depois segunda à esquerda, etc e coiso. enfim, funcionou, e lá fomos dar com aquilo, com as indicações precisas e preciosas.

Volta-se ao camping, com o intuito de trincar qualquer cousa rápido, e arrancar, que a aguita do céu parece que vem aí, e é melhor dar de fuga o quanto antes.

Mas o quanto antes demora mais do que devia, entre morfes e palhaçadas, e começa mesmo a pingar, forte. O aviso de Lleida não serviu para nada. Foi só meia horita que estivemos à espera que parasse, e aprendemos a lição.... ou não. Duas e meia, arrancamos, com paragem prevista em Paz de La Casa para compritas de ultima hora.

Pelo meio, para-se numa loja de motos à procura de uns óculos para o Capitão, não há, e mandam-nos para uma loja da Harley uns km mais abaixo. Não convencidos de lá encontrar nenhuma pechincha, lá vamos. Confirma-se à chegada: €190 por um par de óculos. Estes gajos das harleys andam como as motos... perderam muitos parafusos pelo caminho, concerteza!!!

Ainda por cima, com o tempo perdido, a chuva apanha-nos outra vez. Siga para Paz de la Casa outra vez.

Conselho: Há a possibilidade de ir para Paz de la Casa por túnel, ou pelas montanhas. Por túnel ganha-se uma horita ou mais, talvez. Nós escolhemos as montanhas. Eu aconselho toda a gente a escolher as montanhas, porque apesar de ser um percurso algo complicado, apesar de divertido, é de uma beleza fantástica, a estrada, e a vista lá de cima.

Aí se pára, aí se encontram uns óculos de aviador para o Capitão poder navegar de noite, aí se ri a bandeiras despregadas (já agora, porquê das bandeiras despregadas? de onde vem isto? o que tem o facto de uma, ou várias, neste caso, bandeiras sem pregos a ver com o riso? para pensar, noutra altura, e escrever uma tese sobre isso...) a ver um canito que não era tão canito assim entrar numa loja de motos e aliviar-se solidamente (leia-se: largar um castanho) dentro da loja. E ver uma mulher agarrar num papel, e agarrar no castanho, e durante alguns minutos andar rua acima rua abaixo com o presente na mão, aparentemente sem saber o que fazer com aquilo.

Aí se atestam as burras com gasolina a 1.11. Ah era tão bom que cá fosse assim também...

Quatro e meia atravessamos a fronteira, sem qualquer revisão alfandegária, apesar de eles andarem por ali em força. Vacas mesmo à beira da estrada (vacas, mesmo, não das vacas que depois vi na volta à entrada de Espanha, mas isso é lá mais prá frente), a olhar os veículos a passar, mesmo encostadas aos rails.

Andorra deixa saudades, nunca lá tinha ido, e adorei a beleza natural daquilo. Fiquei fã de solo montanhoso.

Estrada dos Pirinéus franceses, outra delícia... Curvas, paisagem, asfalto, tudo muito bom, para mais uma horita ou duas de condução divertida.

Encontra-se um McDonald's, e para-se para uma refeição quente, que já não se tinha há uns dias, e descansar um bocadito.

Anda-se mais um pouco por terreolas tudo com aspecto medieval, até chegarmos ao expoente máximo da zona, em Carcassonne, por volta das oito e meia da noite. À chegada, a vista do castelo assombra-nos e deixa-nos sem fôlego. Está espectacular. Um camping porreirinho, barato, monta-se as tendas, e siga até ao castelo para umas fresquinhas, um poker de dados, em que a unica mulher do bando arrasa com a competição.

Novamente se fala em voltar para trás, e descer a costa espanhola. Continuo a insistir que se siga em frente, e decide-se ir até ao Mónaco no dia seguinte, com a plena convicção de que se chegarmos a Marselha já é muito, depois de uma manhã passada no castelo.

À saída, Ventoinha tem um ataque de riso e quase morre sufocado. Pouco depois, Capitão sobe um monte ingreme com a promessa de uma cerveja pelo Papamuros. Ao descer, perde-a, se não quiser ir a pé para o camping, já que deixou lá a moto e veio à minha pendura. Teve que a pagar para poder ir de cu tremido.

Assim que saímos do castelo, apagam-se todas as luzes. Fomos despejados, ou estavam só à espera que saíssemos? Isto são meia noite e trocos.

Hoje fizemos a espectacularidade de 227km.

Totaliza1652km.

De notar que pela primeira vez na viagem, e ultima, cumprimos em grupo o objectivo a que nos propusemos.

Camping fun

Exercício de narcisismo, com a ponta do nariz preta

Dilúvio em Lleida, onde passámos ontem com sol fantástico

O filme? O Capitão Gancho

Saída de andorra, com os pinguços a começar a ameaçar

Gasosa a preço de chuva

Uma das terreolas medievais, já em França

2 comentários:

Pedro Pinto disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Pedro Pinto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.