
Oito e meia estamos a arrancar da Toca da Raposa. Não está muito mal, só uma hora de atraso.... Hoje vai ser um dia bom. O tempo está agradável. Já andámos quase 30km, quando paramos no café central de onde judas perdeu as botas, para sermos informados que o Papamuros deixou a naifa espetada na árvore lá no camping. Porreiro. O gajo volta para trás, dá tempo de beber um cafezito enquanto se espera por ele.
E já agora o pequeno almoço.
E umas lambretas.
E de ver a corrida de 125 do MotoGP.
Porra, o gajo não chega?!
Hora e trocos depois, lá chega, andeu perdido nem sabe bem onde. Ainda deu para ver o Talmaci ganhar a prova, antes de arrancar. São onze e meia. Quatro horas de atraso. Agora sim, estamos a voltar ao normal.
Em Vilar Formoso, paramos para o que pensavamos que iria ser o ultimo café e a ultima cerveja da viagem, que a partir dali ia ser àgua amarela com gás e água de lavar os pés, e tudo a preço de oiro...
Passamos a fronteira, e paramos à uma da tarde num tasco para ver o MotoGP. Chegamos à conclusão de que talvez não fosse pior comprar um mapa para a viagem, just in case...
Depois de ver o Stoner espalhar-se ao comprido e o Rossi ganhar, seguimos viagem com destino ao camping motard de Huesca, logo ali abaixo dos Pirinéus.
Ou tentamos.
Porque o Capitão torna-se o homem do leme, e vai tudo atrás dele... novamente até à fronteira.
Meia volta, e siga novamente no caminho certo. Em princípio.
Ainda antes da paragem seguinte, uma paragem à beira da estrada em que o Ventoinha salva o alforge esquerdo do Papamuros, prestes a arder, está caído sobre o escape. Dejá vu?...
Paragem estratégica em Simancas, para esticar as patas um bocado, e espreitar um bocado as partes medievais da terreola.
Segue-se viagem até Aranda del Duero, onde paramos numa bomba de gasolina abandonada para jantar. Estreiam-se os enlatados da viagem. Não se vê vivalma em lado nenhum. Começa o crepúsculo.
E é então que nos vemos num filme série B do Tarantino. Um a um, Zombies começam a aparecer de todo o lado. Querem-nos comer o cérebro. Vêm do nada, e juntam-se ali ao pé de nós, cada vez em maior número.
...
Afinal não são Zombies.
São velhos. Dezenas de velhos que vieram ninguém sabe de onde. Apareceram do nada. E não parecem querer comer-nos o cérebro.
Pelo sim, pelo não, acabamos de comer e seguimos viagem.
Em Soria, a uns bons 200 e trocos km do destino programado, resolvemos caçar um parque de campismo, que está frio para continuar a andar e o cansaço aperta. Ainda tentamos uma pensãozita de 2 estrelas, mas a €55 por quarto a cair de podre, preferimos o campismo.
Que nem é mau de todo. Montam-se tendas, tenta-se ir beber um Jack Daniels ao bar que fecha no momento em que entramos. Estranho...
À noite, frio descomunal. Se isto continua assim, ainda vou ter que me dar ao trabalho de realmente desembrulhar o saco cama.
555km hoje.
920 km no total.
Menos 460km em dois dias do que aquilo que tinhamos previsto para o primeiro dia.
Nada de estranho.
2 comentários:
lol, explica lá essa cena dos velhos, meu???? :)
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