quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Viagem: Dia 1 - Toca da Raposa -> Soria

Saída programada no máximo para as sete e meia. Capitão acorda para ver que dormiu em cima do telemóvel. Cristais líquidos às cores e um buraco negro onde deveria estar a imagem do ecrã no telemóvel. Primeira baixa, resolvida com um telemóvel que eu eu tinha a mais. Depois de se arrumarem as coisas nas motos, a prova de fogo: fechar as tendas auto-montáveis. Ventoinha, com a sua destreza inigualável, supera o obstáculo, surpreendendo tudo e todos.

Oito e meia estamos a arrancar da Toca da Raposa. Não está muito mal, só uma hora de atraso.... Hoje vai ser um dia bom. O tempo está agradável. Já andámos quase 30km, quando paramos no café central de onde judas perdeu as botas, para sermos informados que o Papamuros deixou a naifa espetada na árvore lá no camping. Porreiro. O gajo volta para trás, dá tempo de beber um cafezito enquanto se espera por ele.

E já agora o pequeno almoço.

E umas lambretas.

E de ver a corrida de 125 do MotoGP.

Porra, o gajo não chega?!

Hora e trocos depois, lá chega, andeu perdido nem sabe bem onde. Ainda deu para ver o Talmaci ganhar a prova, antes de arrancar. São onze e meia. Quatro horas de atraso. Agora sim, estamos a voltar ao normal.

Em Vilar Formoso, paramos para o que pensavamos que iria ser o ultimo café e a ultima cerveja da viagem, que a partir dali ia ser àgua amarela com gás e água de lavar os pés, e tudo a preço de oiro...

Passamos a fronteira, e paramos à uma da tarde num tasco para ver o MotoGP. Chegamos à conclusão de que talvez não fosse pior comprar um mapa para a viagem, just in case...

Depois de ver o Stoner espalhar-se ao comprido e o Rossi ganhar, seguimos viagem com destino ao camping motard de Huesca, logo ali abaixo dos Pirinéus.

Ou tentamos.

Porque o Capitão torna-se o homem do leme, e vai tudo atrás dele... novamente até à fronteira.

Meia volta, e siga novamente no caminho certo. Em princípio.

Ainda antes da paragem seguinte, uma paragem à beira da estrada em que o Ventoinha salva o alforge esquerdo do Papamuros, prestes a arder, está caído sobre o escape. Dejá vu?...

Paragem estratégica em Simancas, para esticar as patas um bocado, e espreitar um bocado as partes medievais da terreola.

Segue-se viagem até Aranda del Duero, onde paramos numa bomba de gasolina abandonada para jantar. Estreiam-se os enlatados da viagem. Não se vê vivalma em lado nenhum. Começa o crepúsculo.

E é então que nos vemos num filme série B do Tarantino. Um a um, Zombies começam a aparecer de todo o lado. Querem-nos comer o cérebro. Vêm do nada, e juntam-se ali ao pé de nós, cada vez em maior número.

...

Afinal não são Zombies.

São velhos. Dezenas de velhos que vieram ninguém sabe de onde. Apareceram do nada. E não parecem querer comer-nos o cérebro.

Pelo sim, pelo não, acabamos de comer e seguimos viagem.

Em Soria, a uns bons 200 e trocos km do destino programado, resolvemos caçar um parque de campismo, que está frio para continuar a andar e o cansaço aperta. Ainda tentamos uma pensãozita de 2 estrelas, mas a €55 por quarto a cair de podre, preferimos o campismo.

Que nem é mau de todo. Montam-se tendas, tenta-se ir beber um Jack Daniels ao bar que fecha no momento em que entramos. Estranho...

À noite, frio descomunal. Se isto continua assim, ainda vou ter que me dar ao trabalho de realmente desembrulhar o saco cama.

555km hoje.

920 km no total.

Menos 460km em dois dias do que aquilo que tinhamos previsto para o primeiro dia.

Nada de estranho.

Salvando alforge

Três motos... ok, duas motos e mais qualquer coisita

Capitão

Papamuros e Inês

Ventoinha

Algures

Simancas

Mais algures

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

lol, explica lá essa cena dos velhos, meu???? :)